segunda-feira, 15 de outubro de 2007

O comportamento agressivo chamado BULLYING




Cientistas, antropólogos, sociólogos, psicólogos estudam alguns fatores que tentam explicar o comportamento humano. Eles incluem caracteres genéticos e hereditários, os componentes da evolução, de psicologia comparativa e dos aspectos ambientais que provocam determinadas ações e reações do comportamento humano.
Alguns questionamentos surgem e provocam interrogações que incomodam tanto quanto o mal estar de não saber determinar com segurança sua origem e sua solução.
Sabe-se que, a freqüência de comportamentos agressivos tem aumentado, a criminalidade assusta e surpreende cidadãos, cientistas e especialista.
O pior é que o cidadão impregnado de uma ansiedade busca uma proteção que parece alimentar a violência. A pessoa se arma, se refugia numa espécie de fortaleza que mais se assemelha a uma prisão.
Segundo o filósofo Jean-Paul Sartre, a violência sempre se faz passar por uma resposta à violência alheia.
Afinal, violentos são os outros?
Alguém nasce violento ou é o ambiente que favorece o aparecimento de atos agressivos e violentos?
Preocupam-me os atos agressivos em faixas etárias cada vez mais baixas, atos agressivos estão também presentes na esfera escolar. Como um ato agressivo pode surgir entre jovens estudantes, contra seu semelhante, de forma gratuita?
Assim, farei algumas observações e comentários a respeito do comportamento agressivo na escola ou seu entorno, que foi denominado de BULLYING.
Bullying é um termo inglês para um comportamento agressivo que vem acontecendo em algumas escolas ou em seus arredores. Apesar de, ser hoje detectado, em quase todos os países do mundo, o pioneiro nos estudos sobre o assunto foi o psicólogo norueguês Dan Olweus, no início dos anos 70, na Inglaterra, onde ele vivia.
Foi justamente um fato chocante da crônica policial inglesa, envolvendo jovens estudantes, que chamou a atenção do Dr. Dan Olweus que, sistematicamente, passou a estudar e registrar esses fenômenos ocorridos em escolas.
Segundo Dr. Dan Olweus, o Bullying teve a sua primeira definição que seria nos seguintes princípios: um(a) jovem estudante é vitimizado(a) e abusado(a) através de ações físicas, ações verbais diretas ou indiretas por parte de um ou mais colegas, dentro ou próximo do estabelecimento de ensino. O fato pode ser ou não presenciado pelos demais colegas, que ficam impotentes diante da situação e, quase sempre fica oculto, sem ser levado ao conhecimento superior.
Tais comportamentos visam intimidar, humilhar, rechaçar , machucar ou constranger um(a) colega, que é escolhido(a) de forma aleatória ou por uma característica própria. As vítimas tanto podem ser alunos de bom comportamento, alunos novatos, alunos com alguma deficiência física, alunos com auto-estima baixa, alunos desajustados ou até alunos que se sobressaiam na capacidade de aprendizagem. Todos são, potencialmente, uma vítima para um ataque de Bullying.
Formas verbais intimidativas e humilhantes de Bullying, são as mais comuns, o que não quer dizer que sejam menos danosas. Tomemos o exemplo de um aluno gordinho, um aluno com orelhas maiores, um aluno que usa óculos, com dentes tortos, assim por diante, as agressões orais ou escritas o marcarão para sempre de forma profunda, prejudicando toda a sua vida psicológica.
O que faz com que colegas se tornem “valentões” e se voltem contra membros do seu próprio grupo?
Que fatores estão atuando nesse tipo de desvio precoce de comportamento maldoso e injustificado?A ciência está em alerta e voltada para responder a essas questões. Em recente estudo publicado pelo neurocientista Alessandro Bartolomucci, do Instituto de Nacional de Pesquisa da Neurociência de Roma, escreveu:
“Nos animais, a agressividade é tipicamente medida pela freqüência dos ataques dirigidos a um intruso que ultrapasse os limites do seu território. Mas, é uma medida indireta, porque a agressão é um comportamento, enquanto a agressividade é um estado motivacional, um conjunto das alterações neuroquímicas e fisiológicas que estão na base da agressão e da violência.”
O fato é que, antropólogos, sociólogos, psicólogos, filósofos e demais cientistas nunca foram tão necessários para desvendar as raízes da agressividade e da violência.
Na tentativa de explicar alguns tipos de violência, alguns cientistas têm sido levados a olhar também para fora do indivíduo, para o ambiente que o rodeia, ou seja, as cidades.
Ali, a conjunção de fatores aparentemente ligados à questão é infindável. Há problemas como: má distribuição de renda, o desemprego, o narcotráfico, o despreparo policial, a impunidade, a corrupção, o desgoverno e tantos outros.
Mas, mesmo sob todas essas influências alguns indivíduos não se tornam violentos e agressivos ...e outros nunca se tornam...
Esses indivíduos pacíficos também deveriam ser estudados. O caminho da moderação, da atitude sensata, da posição conciliatória faz parte da capacidade de sentimentos humanos. Por que não estudá-lo também? Se houver uma possibilidade de ensina-lo, quer seja através de técnicas e treinamentos ou mesmo de tratamento, tudo poderá nos valer.
A grande maioria da comunidade científica concorda com uma interação entre tendências genéticas e influências ambientais controlam o comportamento humano.

Nas palavras do neuropsiquiatra da Universidade de Massachusetts (EUA), Dr. Craig Ferris percebe-se a ironia da incerteza:
“O comportamento é 100% hereditário e 100% ambiental.”
O antropólogo inglês Dr.Richard Wrangham, em seu livro “O Macho Demoníaco” (1998, Editora Objetiva) após décadas de observação do comportamento de nossos “primos” genéticos, os chimpanzés, demonstra que eles fazem uso de agressões gratuitas e com requintes cruéis. Os chimpanzés, além de terem um grau de inteligência e sensibilidade cometem atitudes traiçoeiras, inexplicáveis e extremamente perversas, sem motivo algum.
A ciência tem feito a sua parte, a família e os educadores devem admitir a questão e encará-la de maneira cuidadosa e atenta, principalmente, por estarmos dentro da escola e próximos ao estranho comportamento.


SALETE MICCHELINI

2 comentários:

Edvan disse...

bacana o postado, estou realizando a construção de um trabalho sobre bullying, enviei um e-mail p/ vc (no gmail) pedindo S.O.S.....
big abraços
at Edvan

Anônimo disse...

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