O berço grego da Filosofia encontrou todas as condições necessárias para ser seu local de nascimento e desenvolvimento. Isso não descarta que a racionalidade não existia, mas o saber mítico imperava e atendia a quase todos os anseios do povo da época.
A cultura grega era muito desenvolvida em pontos relevantes que até hoje influenciam a vida ocidental e a Mitologia começou a ser insuficiente para explicar novas visões.
Acontece que, uma nova dinâmica social surgiu na vida da população grega. Então, começaram a despertar as primeiras contradições, dúvidas e conflitos entre o pensamento mítico e o pensamento racional; que se aflorava; para seu posterior exercício, fortalecimento e desenvolvimento.
Vieram as incursões marítimas, os gregos com suas embarcações chegaram aos locais nunca antes pisados e onde, supostamente, habitavam os deuses e monstruosidades, mas nada descobriram de diferente ou fabuloso.
Através da observação da natureza, durante as estações do ano, perceberam a repetição de fases e ciclos naturais de chuva, frio, floradas e criaram um calendário; deixando de atribuir aos deuses todas as mudanças e intempéries climáticas.
A necessidade de produção de alimentos, a fabricação de artesanato, de utensílios domésticos, as trocas foram aproximando as famílias e formando cidades movimentadas . Era em praça pública (Ágora) que as pessoas podiam se encontrar, comercializar, discutir idéias , dúvidas e questionamentos sem respostas plausíveis.
Surge a possibilidade de registro do pensamento através da utilização da escrita. Os fenícios chegaram e apresentaram sua escrita, que foi aprimorada e desenvolvida para a escrita alfabética dos gregos.
A vontade coletiva no espaço público dá início à discussão , produção de leis e política. A palavra do cidadão em discurso público se torna um direito de emitir o pensamento com argumento e também de ser contra-argumentado.
Para facilitar o comércio, onde as coisas concretas eram trocadas por semelhança (escambo), passaram a fazer o cálculo de valores semelhantes de coisas diferentes; veio a cunhagem de peças pequenas que representavam os valores: as moedas.
A PÓLIS surge e se consolida como necessidade e expressão da vontade do cidadão. Os fenômenos atribuídos aos deuses, perdem sua base de compreensão e se tornam problemas solucionáveis por meio de observações, de tentativas, de exercício de raciocínio.
“A Filosofia é grega e filha da Pólis.” ( Chatelet ). As colônias gregas Jônia e Magna Grécia viram surgir os primeiros filósofos, os críticos, questionadores e pensadores do saber existente e do saber real.
Os primeiros lampejos da reflexão filosófica eram: descobrir um princípio, uma origem (ackhe) de tal maneira que dele se pudesse concluir, como conseqüências racionais e lógicas, as explicações para a realidade. Esse princípio poderia ser, de um ponto de vista lógico e mental, uma proposição extremamente geral, a partir da qual fosse possível extrair conclusões válidas.
Poderia ser também no campo físico, alguma coisa material que, por força de transformações e mutações dessem origem a todas as coisas e a todos os acontecimentos. Construíram teorias que tentavam explicar racionalmente, ou seja, sem a presença de fator mítico, o Cosmos e toda a realidade existente.
Cada pensador partiu para uma especulação e a fundamentava para o convencimento de sua idéia. Tales de Mileto encontra a ÁGUA como a origem; Anaxímenes atribui ao AR; Demócrito propõe uma partícula- o ÁTOMO; Empédocles estabelece quatro elementos: TERRA, ÁGUA, AR e FOGO. Assim, não há mais unidade de pensamento. É o início da efervescência filosófica, pois a pluralidade de explicações domina, onde antes só havia unanimidade.
As divergências borbulhavam a respeito do princípio de todas as coisas, sem se valer da Mitologia. Por conseguinte, na passagem da fantasia mitológica para o pensamento racional houve uma ruptura quanto à atitude das pessoas subordinadas aos deuses. Enfim, os primeiros questionamentos filosóficos rejeitavam a interferência sagrada para obter uma explicação mais discutida e problematizada, de forma independente e com mais coerência entre razão-natureza. A natureza deixa de ser manipulada pelos deuses para ser objeto de pensamentos abstratos para buscar novos rumos.
Salete Micchelini
7 comentários:
Boa noite Sibila,
Gostei muito desse seu blog. Não vi tudo, ainda, mas vou continuar a pesquisar.
Beijinhos
Carlos
Também gostei muito do seu blog.
Eu estava procurando algo eo que eu queria eu encontrei aqui!!
Beijo'
Eu adorei seu blog! Precisava muito saber sobre a Pólis, obrigada mesmo!
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adorei seu blog!gostei muito do que encontrei.obrigado...
Gostei.....
Gostei muito deste blog
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