terça-feira, 15 de julho de 2008

Da Metáfora ao Conceito




O pensamento mitológico utilizou-se largamente da narração metafórica. Quando o pensamento vale-se da metáfora, constata-se uma linguagem explicativa, com elementos simbólicos e quase poéticos.
Na construção do pensamento mitológico, a metáfora fazia a função comparativa, apresentando uma resposta convincente para as dúvidas do homem da época. As metáforas conseguiam trazer o entendimento de forma singela para uma mente que pouco especulava.
A narrativa mítica não se preocupava com o exagero ou a contradição contidos nas metáforas, pois ela simplesmente se bastava para a compreensão do ser humano. Esse estágio inicial do pensamento aceitava passivamente as explicações e se satisfazia com elas.
Porém, com o surgimento de condições históricas surgiram para que o pensamento filosófico se irrompesse. O pensamento humano se sofisticou, se refinou, tornou-se mais elaborado e requintado pois precisava aplacar as inquietações trazidas por novos questionamentos. Não havia mais lugar para incoerências, fantasias ou contradições.
O homem racionaliza e encontra explicações confiáveis. Elaborar um conceito filosófico exige uma atividade mental consciente, críticas e reflexivas, que se revestisse de idéias lógicas e corretas. O conceito passa a ocupar o lugar da metáfora. No conceito, o pensamento encontra resposta com coerência interna e que ultrapassa o limite da metáfora.
A mente humana se capacitou, se lapidou e atingiu altos níveis de sinapses. O saber mítico que era definitivo e óbvio, tornou-se duvidoso e questionável, possibilitando uma revolução no pensamento.
O pensamento filosófico fez resplandecer o raciocínio!
Salete Micchelini

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